26 de maio é Dia Nacional de Combate ao Glaucoma, doença que atinge cerca de 1 milhão de brasileiros

Segundo pesquisa da Sociedade Brasileira do Glaucoma, 1/3 dos brasileiros com mais de 16 anos nunca foi ao oftalmologista. Esta realidade é ainda mais preocupante quando se sabe que há doenças oculares que, silenciosas, só são descobertas quando a pessoa constata problema na visão. É o caso do glaucoma, que atinge 2% dos brasileiros acima dos 40 anos (cerca de 1 milhão de pessoas). O risco de desenvolver a doença chega a triplicar após os 70 anos.

O oftalmologista José Renato Duarte, especialista em glaucoma do Hospital de Olhos Redentora, ressalta que procurar o oftalmologista é imprescindível para detectar a doença, já que o glaucoma não tem sintomas. “A única maneira de diagnosticá-lo é fazendo o exame de pressão ocular. Caso exista alteração, o médico vai pedir um exame completo, chamado ‘campo visual’. Por isso, incluir uma consulta ao oftalmologista nos exames de rotina é fundamental”, afirma Duarte.

É justamente isso que preocupa oftalmologistas e a Sociedade Brasileira, que estima que, dos cerca de 1 milhão de portadores da doença no Brasil, provavelmente 720.000 são assintomáticos, ou não têm sintomas dela, necessitando ainda de diagnóstico o mais precoce possível para que sua qualidade de vida não seja comprometida, ou mesmo, o que é mais grave, para que não evoluam para a cegueira. “Considerando que o glaucoma tem maior prevalência entre as pessoas de idade mais avançada e que a idade média da população brasileira tem aumentado, cremos que, em breve, esses números serão ainda mais preocupantes”, salienta o oftalmologista do HO Redentora.

O que é o glaucoma

O glaucoma é uma doença hereditária progressiva causada pelo aumento da pressão intraocular, que acaba lesionando o nervo óptico.

Em 80% dos casos, se não for tratado, pode evoluir para perda total da visão. Descobri-lo tardiamente também pode ser perigoso. “O paciente pode ter perdido muito do campo visual. Há casos em que a pessoa começa a sentir dificuldade para se locomover. Ela não nota obstáculos no meio do caminho porque a visão já está danificada”, diz o oftalmologista do HO Redentora.

Grupos de risco

Algumas pessoas merecem atenção redobrada por apresentarem predisposição para a doença:

– indivíduos acima dos 40 anos

– parentes de pacientes com glaucoma

– pessoas de etnia negra ou afrodescendentes (a incidência da doença é quatro vezes maior nesse grupo)

– míopes que utilizam lentes acima de seis graus

– diabéticos que já tiveram traumas ou doenças intraoculares.

O excesso de uso de cortisona também pode contribuir para o surgimento da doença, principalmente se a droga for aplicada diretamente nos olhos, pois seu princípio ativo pode diminuir a produção de humor aquoso, líquido incolor responsável por regular a pressão interna do olho.

Tratamento

Diagnosticado o glaucoma, o primeiro passo é reduzir a pressão do olho. “Para isso é empregada terapia com colírios. Se não for eficaz, lança-se mão de tratamento com laser. Se mesmo assim não houver melhora,então recorre-se à cirurgia.”

De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), são registrados 2,4 milhões de novos casos anualmente, somando 60 milhões de pessoas em todo o mundo.

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